Aborto Espontâneo: Quando o Sangramento Durante a Gravidez Deve Preocupar?
Maíra Cardi, influenciadora digital, compartilhou recentemente um relato emocionante sobre a perda do bebê que esperava com o coach de finanças Thiago Nigro. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Maíra revelou que estava enfrentando sangramentos há dias e, ao realizar exames, descobriu que o coração do bebê havia parado de bater.
Segundo a influenciadora, o incidente ocorreu no dia 31 de dezembro, mas a causa do aborto espontâneo não foi identificada. Este caso trouxe à tona questões importantes sobre os sinais e causas de um aborto espontâneo, além dos cuidados necessários durante a gravidez.
O que é o aborto espontâneo e suas principais causas?
De acordo com a Cleveland Clinic, cerca de 10% a 20% das gestações conhecidas terminam em aborto espontâneo, sendo que 80% dos casos ocorrem no primeiro trimestre. As causas mais comuns incluem anormalidades cromossômicas, que representam cerca de metade dos casos.
Outros fatores que podem contribuir incluem:
- Infecções (virais, bacterianas ou por protozoários);
- Desequilíbrios hormonais;
- Implantação inadequada do óvulo no útero;
- Anormalidades uterinas;
- Trombofilias e doenças imunológicas;
- Condições endócrinas, como diabetes descompensada ou problemas na tireoide;
- Hábitos prejudiciais, como tabagismo, consumo de álcool e uso de drogas;
- Idade materna avançada, que aumenta o risco de perda gestacional.
Sangramento na gravidez sempre indica aborto espontâneo?
Nem todo sangramento durante a gravidez é sinal de aborto espontâneo. De acordo com especialistas, cerca de 25% das gestantes apresentam sangramentos no início da gestação, muitos dos quais não impactam a continuidade da gravidez.
No entanto, sangramentos volumosos ou acompanhados de dor abdominal e cólicas podem indicar maior risco de perda gestacional. Segundo a ginecologista Helga Marquesini, do Hospital Sírio-Libanês, é essencial buscar avaliação médica ao perceber qualquer sangramento, mesmo que seja em pequena quantidade.
“Os sangramentos no início da gravidez podem ter diversas origens. Para mulheres com tipo sanguíneo negativo, pode ser necessário administrar imunoglobulina anti-Rh, caso exista risco de incompatibilidade com o fator Rh do feto”, explica Marquesini.
Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa de São Paulo, reforça que todo sangramento, mesmo discreto, deve ser avaliado em caráter de urgência. “Pequenos ‘escapes’ já são motivo suficiente para procurar atendimento médico”, alerta.
O uso de progesterona pode prevenir abortos?
No caso relatado por Maíra Cardi, ela fazia uso de progesterona para tentar conter o sangramento e prevenir um possível descolamento de placenta. Contudo, o medicamento não foi suficiente para evitar o aborto espontâneo.
Segundo Marquesini, a progesterona pode ser utilizada em mulheres com histórico de abortos de repetição ou em casos de insuficiência lútea, quando o corpo lúteo não produz progesterona suficiente para manter a gravidez.
No entanto, Moraes destaca que nem todos os sangramentos no início da gravidez estão relacionados à insuficiência de corpo lúteo. “Embora o uso de progesterona possa ser indicado empiricamente, ele não garante a evolução bem-sucedida da gravidez”, explica o médico.
Conclusão
O aborto espontâneo é um evento comum, mas complexo, com causas e manifestações variadas. Casos como o de Maíra Cardi chamam a atenção para a importância de acompanhamento médico regular durante a gestação, especialmente ao surgirem sintomas como sangramento ou dor abdominal.
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