Ausência da menstruação pode indicar problemas de saúde.

A ausência da menstruação, chamada amenorreia, pode alterar de forma significativa o dia a dia e o equilíbrio emocional de muitas mulheres. Essa falta de fluxo menstrual costuma gerar preocupações como ansiedade, insegurança e alterações na autoestima. Por isso, o tema exige abordagem cuidadosa e acolhedora, aliada a uma investigação médica precisa, para que cada mulher compreenda o que seu corpo está sinalizando e receba o suporte adequado.
O que é amenorreia e quando se torna preocupante?
A amenorreia é definida pela ausência de menstruação por, no mínimo, 90 dias consecutivos. Esse atraso pode ser classificado como primário — quando a primeira menstruação não ocorre até os 15 anos — ou secundário — quando o ciclo regular deixa de aparecer após já ter sido estabelecido. Essa condição, portanto, vai além de um simples atraso: ela sinaliza que algo pode estar fora de equilíbrio no organismo feminino.

Em muitos casos, a mulher troca sensações de alívio por medo ao perceber que o ciclo não retorna. Tenho observado que, além do receio de não poder engravidar, surge também a preocupação com sintomas como ondas de calor, alteração de humor e dores no corpo. Essa combinação de fatores, por exemplo, pode comprometer atividades cotidianas e influenciar negativamente o desempenho no trabalho ou nos estudos.
Principais causas da ausência do ciclo menstrual.
Diversos fatores levam à amenorreia, sendo as causas outra peça-chave no entendimento dessa condição. Alterações hormonais, por exemplo, são responsáveis por boa parte dos casos. Na síndrome do ovário policístico (SOP), nota-se produção excessiva de hormônios androgênicos, o que gera cistos ovarianos e irregularidade menstrual.
Além disso, sequelas de infecções uterinas ou de procedimentos como curetagem podem comprometer o revestimento interno do útero, levando à falta de ciclo. Essa condição, portanto, não se restringe à esfera hormonal: problemas anatômicos do útero também devem ser considerados. Ainda assim, fatores genéticos, uso de medicamentos quimioterápicos ou radioterápicos e até distúrbios alimentares vêm sendo reconhecidos como gatilhos que desregulam o ciclo menstrual.
Impactos na vida diária e na saúde.
Quando a menstruação desaparece, a mulher frequentemente relata oscilações emocionais, fadiga e dificuldade para manter o foco no dia a dia. A deficiência de estrogênio, por exemplo, contribui para redução de densidade óssea, o que pode resultar em osteopenia ou osteoporose no futuro. Essa consequência, portanto, não deve ser subestimada: ela traz riscos para a saúde a longo prazo.

Além disso, do ponto de vista reprodutivo, a ausência do ciclo afeta diretamente a fertilidade. Muitas pacientes me contam sobre frustração e ansiedade ao planejar uma gestação e perceber que o organismo não responde como esperado. Essa barreira reprodutiva, sendo assim, exige avaliação especializada e, em alguns casos, intervenção por um endocrinologista reprodutivo ou por um especialista em fertilidade.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
Para diagnosticar corretamente a amenorreia, a anamnese detalhada é o ponto de partida. Eu costumo perguntar sobre mudanças de peso, níveis de estresse e histórico familiar, pois esses elementos, por vezes, acabam sendo determinantes no quadro clínico. Em seguida, solicitam‐se exames hormonais para avaliar níveis de estrogênio, progesterona, hormônio folículo‐estimulante (FSH) e hormônio tireoidiano.
O ultrassom transvaginal, por sua vez, permite verificar alterações estruturais no útero e nos ovários. Quando necessário, a histeroscopia é indicada para identificar aderências ou cicatrizes no endométrio. Essa combinação de exames, portanto, assegura precisão no diagnóstico e subsidia o planejamento terapêutico.

Quanto ao tratamento, as abordagens variam conforme a causa identificada. Na SOP, por exemplo, o uso de anticoncepcionais hormonais ajuda a regularizar o ciclo e a reduzir sintomas como o hirsutismo. Já na menopausa precoce, a terapia de reposição hormonal é recomendada para aliviar sintomas e preservar a saúde óssea. Em ambos os casos, eu estabeleço um acompanhamento regular para ajustar doses, verificar a resposta ao tratamento e garantir que cada mulher sinta‐se segura ao longo de todo o processo.
Conclusão
A ausência do ciclo menstrual nunca deve ser ignorada. Esse sinal corporal precisa ser acolhido e investigado de forma completa. Eu recomendo que, ao notar três meses sem menstruar, você agende sua consulta para esclarecer dúvidas, realizar exames e iniciar o tratamento adequado. Clique no botão “Agende sua Consulta” no topo ou no rodapé da página e dê o primeiro passo para cuidar da sua saúde íntima.