Exames para infertilidade feminina: conheça os 6 principais
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 1 em cada 6 casais sofre com a infertilidade. Na mulher, as causas têm relação com a baixa qualidade e quantidade dos óvulos causada pelo adiamento da gestação, além de fatores externos, como sedentarismo e dieta inadequada. Mas afinal, quais exames diagnosticam a infertilidade feminina? Conheça agora os principais.
Exames para infertilidade: afinal, quais são os principais?
Ultrassom
O ultrassom transvaginal revela o tamanho dos ovários, assim como a presença de folículos antrais (onde o óvulo se desenvolve durante o ciclo menstrual). Por outro lado, o ultrassom transvaginal seriado avalia a função ovariana mais a fundo. Para isso, é feita a contagem dos folículos antrais. Assim, quanto mais baixo o número, menor a reserva ovariana.
“Os exames de ultrassom também avaliam a presença de cistos ovarianos, além de ajudar a identificar possíveis focos de endometriose. Além disso, são necessários para acompanhar a recuperação da paciente após uma cirurgia uterina. Afinal, a capacidade reprodutiva só é restabelecida quando ocorre a cicatrização completa da área tratada. As demais estruturas pélvicas também são avaliadas por essa via”, pontua Carlos Moraes, ginecologista e obstetra.
Exames de sangue
Exames laboratoriais possibilitam medir os níveis hormonais e avaliar a reserva ovariana, bem como identificar possíveis alterações ligadas à infertilidade. Os exames englobam as dosagens de:
- FSH (hormônio folículo estimulante);
- HAM (hormônio anti-mulleriano);
- LH (hormônio luteinizante);
- TSH (hormônio estimulante da tireoide);
- Progesterona;
- Prolactina;
- Testosterona;
- Além de estradiol e DHEA-S, isto é, sulfato de hidroepiandrosterona.
“Os exames só são pedidos após avaliação clínica da paciente”, salienta o ginecologista.
Videolaparoscopia
Ele permite examinar o útero, as trompas e os ovários. Para isso, introduz-se um tubo rígido (laparoscópio) na cavidade abdominal com uma sonda na vagina e no útero. O exame é feito por meio de uma pequena incisão abaixo do umbigo. Assim, é possível identificar anomalias muito pequenas, inflamações e tecidos cicatriciais.
Exames para infertilidade: Cistoscopia
A cistoscopia tem a função de diagnosticar cálculos, malformações e infecções urinárias recorrentes, como cistite e uretrite, por exemplo. “A uretrite é uma inflamação ou infecção da uretra que, se não tratada, pode gerar doenças que afetam útero, trompas e ovários, prejudicando a fertilidade”, alerta o ginecologista.
Histerossalpingografia
Trata-se de um raio-x contrastado que possibilita visualizar as condições do interior do útero, bem como das trompas de falópio. Assim, tem como objetivo avaliar se existem desvios funcionais ou problemas na anatomia destes órgãos.
Histeroscopia
Este exame capta imagens internas do útero por meio da introdução de uma sonda com uma pequena câmera (histeroscópio). Dessa forma, investiga a existência de anomalias, como miomas e pólipos uterinos. Também possibilita averiguar problemas inflamatórios do endométrio e colher material de regiões específicas para análise laboratorial.
“Vale lembrar que o acompanhamento com seu ginecologista deve ser regular, como forma de prevenção ou diagnóstico precoce de doenças, facilitando tratamentos e evitando complicações futuras, como a dificuldade de engravidar”, finaliza Carlos Moraes.
Exames para infertilidade: a importância do diagnóstico
Por fim, o especialista lembra que doenças também podem provocar dificuldades para ovular, fertilizar e manter a gravidez. É o caso, por exemplo, da Síndrome do Ovário Policístico (SOP), tumores hormonais, alterações nas tubas uterinas, endometriose, miomas e pólipos no útero.
“Consultas regulares possibilitam diagnósticos em estágios iniciais. Muitas vezes, as complicações podem ser tratadas sem maiores agravantes”, afirma o Dr. Carlos. Por isso, além dos exames para infertilidade, o diagnóstico exige um acompanhamento especializado para avaliar fatores como obesidade, baixo peso, idade avançada, histórico familiar, condições genéticas, entre outros.
Fonte: Dr. Carlos Mores, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, membro da FEBRASGO e especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. Também é especialista em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre.