Março Amarelo: mês de conscientização sobre a endometriose.
No dia 08 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Neste mesmo mês, os médicos e pacientes procuram fazer um trabalho sobre a conscientização da endometriose. É o chamado “Março Amarelo”.
Doença muito comum entre as mulheres, dessa forma, estima-se que a endometriose afete 1 em cada 10 mulheres em idade fértil.
Contudo, como em qualquer doença, quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficaz o tratamento, se traduzindo em maior bem estar das pacientes.
Antes de mais nada, é justamente aí que reside o maior problema: muitas mulheres aprendem que sentir dor e cólicas no período menstrual seria um sintoma normal.
E demoram a procurar atendimento médico.
A endometriose é uma doença evolutiva. Portanto, geralmente começa com pequenos “focos”. Mas ao longo dos anos, o quadro pode ir se agravando.
Vou separar alguns “mitos e verdades”que costumo ver no consultório.
Mitos
- É sempre doloroso: embora, na maioria das vezes, cause dor importante, há casos em que pode ser assintomática;
- Está ligada ao câncer de ovário: a endometriose é uma doença benigna. contudo, é muito raro tornar-se condição maligna;
- A gravidez cura a endometriose: pode sentir-se alívio dos sintomas durante a gravidez – a doença “adormece”, mas em alguns casos os sintomas podem voltar após o parto;
- É uma doença rara: esta doença afeta cerca de 10-15% da população feminina. A incidência não pode ser considerada pouco frequente.
Verdades
- Pode causar infertilidade: quando não tratada, a endometriose pode evoluir, dificultando a gravidez. Cerca de 35% das mulheres inférteis podem ter endometriose. E das mulheres com endometriose, 40% podem sofrer de infertilidade. Daí a importância do diagnóstico precoce;
- É hereditário: não está comprovado, mas parece existir maior probabilidade de a mulher ter endometriose quando há casos na família.
Como dá para perceber, são vários aspectos. Mesmo as informações sobre a endometriose foram mudando ao longo dos anos.
O que enxergo claramente é que o tratamento tem que ser conduzido por médico especialista e atualizado.
Atendo muitas pacientes que foram tratadas por clínicos e mesmo ginecologistas “gerais”. Quando chegam até mim, sempre com uma pilha de exames, o quadro já está mais avançado.