Nos últimos anos o interesse sobre assuntos ligados à menopausa, que sempre foi grande, cresceu ainda mais. Com o aumento da expectativa de vida, as mulheres passaram a experimentar mais este fenômeno natural, e passaram também a demandar melhorias em sua qualidade de vida, buscando aliviar alguns sintomas próprios deste período.
Mais estudos científicos foram feitos e o conhecimento sobre o assunto aumentou. Entretanto, percebo no dia a dia do consultório, que as dúvidas, os questionamentos e as desinformações também cresceram.
Mas antes de tratarmos mais do assunto, precisamos entender algumas definições. Chamamos de menopausa a última menstruação da mulher. E para definirmos que esta mulher esteja mesmo na menopausa, ela tem que ficar pelo menos um ano sem menstruar.
Esse período de redução natural dos hormônios produzidos pelos ovários costuma acontecer com mulheres na faixa dos 50 anos. É extremamente comum e acomete mais de 2 milhões de mulheres por ano no Brasil. Seus sintomas mais comuns são as chamadas “ondas de calor“, além da queixa de secura vaginal.
Como os sintomas da menopausa podem ser muito variados e combinados, muitas mulheres ficam ansiosas sem entender ao certo as mudanças do seu corpo. Além do mais, o próprio momento da vida (noção de envelhecimento, filhos que saem de casa, outras doenças que surgem) fragiliza um pouco mais a paciente. Em alguns casos vem a depressão…
No passado o tratamento da menopausa era praticamente “universal“. Tratavam-se muitas mulheres de acordo com os critérios da época. Em função do conhecimento adquirido com os estudos mais atuais, muita coisa mudou. Existem os riscos relacionados à chamada Terapia Hormonal (TH), que devem ser avaliados para cada paciente e confrontados com os benefícios que o tratamento pode trazer. Existe também um momento ideal para iniciarmos o tratamento, a chamada “janela da oportunidade”. Se este período for ultrapassado, a indicação para terapia hormonal também se fecha.
Em praticamente todos os casos, são recomendadas atividades físicas, relaxantes e mais lazer para que a mulher possa atravessar essa fase com mais autoestima, disposição e saúde. Eventualmente a mulher pode precisar de equipe multidisciplinar para acompanhamento mais adequado, formada por médicos de outras especialidades como endocrinologistas, ortopedistas, dermatologistas e profissionais de áreas afins como nutricionista, fisioterapeutas e educadores físicos.
Destaco por fim a importância do acompanhamento regular do médico especialista para prevenir, diagnosticar e tratar as doenças da mulher.